Ao som de: Feels Just Like it Should_Jamiroquai: The Greatest Hits
Sem fazer nada, em uma bela manhã de sábado, acordado ao som de picaretas, marretas e pás durante a reforma da casa. Com poucas alternativas e ainda meio de ressaca, ligo a TV e me assusto quando percebo que já está na metade do filme e eu ainda não mudei de canal.
É, estou assistindo ao “Velozes e Furiosos”.
Antes, uma breve explicação: sempre mantive certa distancia deste tipo de filme, esses em que mostrar os carros ou as motos é mais importante e serve pra esconder péssimas atuações. E surpreendentemente (pausa dramática)… esse primeiro filme da série não foi diferente.
Uma história mais rasa que um pires, carros fodaços, som alto e Michelle Rodriguez. Bom, o caso dela trataremos a parte.
Paul Walker é o famoso “garrafinha style, cachaça horrorosa” de Holywood. Hiper fanfarrão, ele até acha que engana alguém com aquela atuação de “mamãe, sou um conquistador”. No entanto ele consegue dar veracidade ao seu personagem, o policial playboy deslocado tentando impressionar por possuir poucas aptidões senão…tentar impressionar alguém. Vin Diesel, nas palavras do grande amigo Badr, não passa de um bombado da Califórnia que, se não tivesse voz grossa, não impressionaria ninguém. E Michelle Rodriguez, consegue a incrível façanha de ser a mesma personagem em todos, TODOS os trabalhos em que dá o ar da sua graça. Desde o filme de surf com mocinhas bonitinhas que eu não lembro o nome, em Resident Evil, e até no Lost. A melhor coisa da segunda temporada de Lost foi ver o Michael atirar na Ana Lucia, a eterna latina com cara de invocada que amamos (não) assistir.
No mais, temos um rapper (clichê) meio perdidaço, uma equipe de latinos (clichê) de bobeira, e um dos três grupos étnicos que o cinema americano adora utilizar como vilões: os chineses (a saber, os outros ainda são os Alemães e Russos, mesmo depois de um tempo considerável do término dos grandes conflitos mundiais).
Mas uma coisa tenho que admitir: Velozes e Furiosos possui a incrível capacidade de vender, vender muito. Da propaganda descarada de Nitro, as milhares de horas gastas em lan house jogando Need For Speed Undergound, o filme desde o início da franquia consegue a cada versão criar moda e fazer com que milhares de “Paul Walkers” pelo mundo afora gastem horrores com sons automotivos pra impressionar alguém e para aumentar a renda natalina dos otorrinolaringologistas que cuidam da nossa surdez precoce.
Bom, com três filmes no balaio, vários clichês desenvolvidos e um filme já engatilhado pra esse ano de 2009, com o mesmo time de volta, fica a pergunta: precisamos mesmo de mais um Velozes e Furiosos?
Lucas Bonachovski, que ainda prefere andar de bicicleta.